Quando o filme da Capitã Marvel foi anunciado em 2014, pouco se sabia sobre a heroína, em algumas entrevistas. O presidente da Marvel Studios, Kevin Feige, afirmou que Carol Danvers seria a nova líder dos Vingadores na próxima fase da Marvel, deixando assim, uma expectativa ainda maior no publico assíduo dos filmes da Marvel.
Após a cena pós-créditos de Vingadores: Guerra infinita, várias teorias entre os fãs e mídia especializada circularam pela a internet sobre como a heroína seria essencial para a derrota do maior vilão do Universo Cinematográfico Marvel (UCM), o titã Thanos.
Além de todas as teorias, várias perguntas foram deixadas para serem respondidas no filme solo da heroína. Porém, com todas as responsabilidades que o filme carregou, é certo que ele poderia ser bem maior do que realmente foi.
Atenção: o texto a seguir pode conter spoilers do filme Capitã Marvel.
Primeiramente, o ritmo do filme foi totalmente prejudicado, justo por causa da grande responsabilidade de responder várias perguntas importantes – algumas nem tanto – do UCM. A cena em que Carol Danvers finalmente veste o uniforme original, é, em palavras mais agressivas, ridícula.
Além disso, Brie Larson, que é uma ótima atriz e vencedora de um Oscar, está no automático em algumas cenas, como se ainda não conhecesse o personagem.
É notável que o filme introduz bem a personagem. Ao longo do filme, percebemos que Carol Danvers é extremamente poderosa e que, por causa disso, sempre foi manipulada a controlar os seus poderes. Porém, quando começa a se desenvolver, o filme se atrapalha e parece que aqueles 120 minutos foram poucos para ter, no mínimo, uma boa construção de personagem.
O CGI do filme é outra coisa que tira o espectador da experiência. Na cena final do filme, os recursos visuais são tão pobres que o espectador olha para a tela e realmente não acredita no que está vendo, visto que parece algo retirado de algum jogo de PlayStation 3.
A nostalgia empurrada desse filme é um fator que chega a ser irritante – há sempre algo que remete os anos 1990 e por mais que alguns funcionem, o recurso se torna repetitivo demais.
A impressão final de Capitã Marvel é que o filme foi feito às pressas (mesmo com planejamento iniciado quase 5 anos da estreia), apenas para inserir Carol Danvers em Vingadores: Ultimato – filme onde a personagem, curiosamente, tem uma parcela pequena de participação.
Até agora, não se sabe o que a Marvel quer fazer com a Capitã Marvel. Kevin Feige afirmou que Carol Danvers seria a líder dos Vingadores, porém, já ficou claro que ela não tem interesse em ficar na terra.
Por outro lado, a importância social de Capitã Marvel não deve ser diminuída, mesmo com todos os defeitos dele. Ainda que ele não atenda a todas as expectativas, o filme retrata uma mulher poderosa em ascensão e que serve de exemplo para meninas mais novas.
Contudo, não é porque um filme trata de assuntos importantes que ele irá ser, necessariamente, bom. Capitã Marvel pode até ser divertido e ter faturado bilhões, mas a personagem tem um potencial muito maior do que foi abordado até agora.