Na última quinta-feira (14), Star Wars: Os Últimos Jedi fez sua estreia oficial no cinemas brasileiros. O segundo filme da atual trilogia retrata tudo aquilo que os fãs mais fiéis da saga gostam de ver: emoção, ação, reviravoltas e personagens carismáticos e cativantes. E muitos já o consideram um dos melhores da série principal da franquia.
Confira abaixo uma análise de Star Wars: Os Últimos Jedi. E se você ainda não assistiu ao filme, encerre sua leitura aqui, pois a crítica terá diversos spoilers.
Sinopse
O primeiro ato do filme retrata uma Resistência muito enfraquecida, que é forçada a escapar de sua base, destruída pela Primeira Ordem. Os membros rebeldes ainda tentam encontrar forças para contra-atacarem seu inimigos e são liderados pela General Leia (Carrie Fisher) e o piloto Poe Dameron (Oscar Isaac).
Enquanto isso, Rey (Daisy Ridley) tenta convencer, em vão, um relutante e recluso Luke Skywalker (Mark Hamill) a ajudar a Resistência. Finn (John Boyega) vai até Canto Bight com ajuda da carismática Rose (Kelly Marie Tran) para buscar ajuda e Kylo Ren (Adam Driver) é confrontado pelo Líder Supremo Snoke (Andy Serkis, que aparece fisicamente pela primeira vez) por conta de suas falhas, revelando novamente seu lado conflituoso e inseguro.
No segundo ato, com a General Leia incapacitada, a Vice Almirante Holdo (Laura Dern) assume o comando da Resistência e é confrontada por Poe até ser retirada do comando pelo piloto. Luke muda de ideia e decide treinar Rey, que começa a se ligar com Kylo Ren através da Força e descobre a verdade sobre a Academia Jedi que o Skywalker criou. E após passarem por diversos perrengues, Finn e Rose encontram DJ (Benicio del Toro), que ajuda os dois a se infiltrarem na principal nave da Primeira Ordem.
É aqui que ocorre uma das cenas mais chocantes de Star Wars: Os Últimos Jedi: após levar Rey até a sala do Líder Supremo Snoke, Kylo Ren mata seu mestre. Ele propõe uma aliança a Rey para criar uma nova ordem, mas ela recusa e deixa o local.
E no terceiro e último ato, a Resistência foge para uma antiga base, na qual é praticamente aniquilada e tudo parecia ser o fim. Até que nesse momento, Luke aparece para confrontar Kylo Ren, o que dá tempo para que os poucos membros restantes da Resistência consigam fugir.
Nesse momento, descobrimos que o Luke que confrontou Kylo Ren se tratava de uma visão, que criou em Ahch-To. O grande protagonista da série acaba morrendo em decorrência de seu esforço. Praticamente dizimada, a Resistência parece não ter mais forças, o que deixa Rey sem esperanças, até a General Leia garantir que em breve, novos aliados surgirão.
Análise
Star Wars: Os Últimos Jedi é um filme que tem uma história recheada de surpresas, reviravoltas e emoções que fazem os fãs, sejam eles casuais ou de carteirinha, não desgrudarem seus olhos da tela em diversos momentos. Conforme citado acima, o momento mais chocante do filme é quando Kylo Ren mata o Líder Supremo Snoke para trilhar o caminho para uma nova ordem. E por um momento, acreditamos que ele abandonaria o Lado Negro da Força, antes de reafirmar sua posição como novo Líder Supremo da Primeira Ordem.
Além disso, podemos citar, por exemplo. a quase morte de Leia ainda no começo do filme; a traição (meio que esperada) de DJ após a captura de Finn e Rose na nave da Primeira Ordem; a grata e carismática aparição do Mestre Yoda para conversar com Luke Skywalker e a redenção do protagonista, que não lembrava muito o personagem que conhecemos na trilogia original.
O filme também tem um bom balanço entre ação e sua história. Está certo que em alguns momentos, a ação fica um pouco de lado para o desenvolvimento do enredo, o que pode ficar um pouco maçante, mas é essencial. Isso é compensado com bastante ação, seja no espaço, dentro das naves ou no planeta em que a Resistência tenta sua última cartada. Não é algo do qual podemos reclamar.
Se existe um tema que é muito retratado dentro da saga é a esperança. E isso não é diferente em Star Wars: Os Últimos Jedi. Em diversos momentos, tudo parecia perdido para os membros da Resistência, mas algo sempre aparecia e dava um sopro de esperança para continuarem lutando contra a Primeira Ordem. A carga emocional do filme também é bastante alta, o que ajuda a prender bastante a atenção e cativar o público.
A interação entre os personagens também é algo que vale ressaltar. Rey e Kylo Ren se conectam diversas vezes por meio da Força (e depois, descobrimos que tudo se tratava de uma armadilha de Snoke) e são cenas de grande importância para o longa, bem com a interação, muitas vezes tensa, entre a protagonista e Luke Skywalker em Ahch-To. Também vale ressaltar a química entre Finn e Rose, que é muito agradável e carismática, que termina com um rápido beijo entre os dois.
O resultado final do filme é tão bom que é até difícil citar algo muito negativo a respeito de Star Wars: Os Últimos Jedi. Mas existe apenas uma coisa que gostaria de mencionar: a longa duração do filme. Está certo que ele é grande para poder abordar tantas questões, mas acredito que tudo isso poderia ser um pouco mais compactado. Um público mais casual, especialmente crianças, pode ficar um pouco impaciente com as duas horas e meia de filme.
Há outras pequenas coisas que podem ser citadas, mas não chegam a atrapalhar também: foi uma pena ver que Maz Kanata, personagem importante em O Despertar da Força, teve sua participação resumida a uma cena que não deve ter durado mais que um minuto e meio; a interação de Rey e Finn, muito bacana no Episódio VII, se resumiu a um único abraço caloroso no final do filme; Poe Dameron, dessa vez, ficou mais com fama de encrenqueiro do que de herói e não foi lá muito bem trabalhado; e não podemos negar que os sabres de luz pouco apareceram aqui, o que pode decepcionar alguns fãs.
Veredito
Apesar de sua longa duração, Star Wars: Os Últimos Jedi apresenta tudo aquilo que um fã da saga adora ver: muitos momentos emocionantes e chocantes que prendem sua atenção, uma história interessante, muitas lutas e batalhas espaciais e personagens que já marcaram ou marcarão seu nome dentro da cultura nerd/geek/pop.
O diretor Rian Johnson afirmou que apesar das ligações, o filme teria uma cara própria, e foi possível ver que ele cumpriu sua palavra. Mas ainda assim, deixou algumas dúvidas na cabeça dos fãs. Um exemplo são os pais de Rey, que apesar de mais algumas pistas, ainda não tiveram suas identidades reveladas.
Mas apesar dessa frustração, é bom manter essa e outras dúvidas por conta do Episódio IX, que podemos apostar que fechará com chave de ouro a atual trilogia. Só é uma pena saber que ainda teremos de esperar mais dois anos para sanar todos esses questionamentos.
Nota: 9/10
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