Nem é preciso ser o maior fã do Universo Cinematográfico da Marvel (UCM) para saber que todos os filmes da franquia estão bastante conectados. Mas se nos lembrarmos de O Incrível Hulk, lançado em 2008, parece que alguns títulos não estão tão ligados assim.
Por conta de alguns problemas de direitos com a Universal, a Marvel e os seus fãs praticamente ignoram o filme e ele não costuma ser lembrado dentro da franquia. Só que O Incrível Hulk já está prestes a completar 10 anos de lançamento e não deveria ser tão esquecido e subestimado pela empresa e seu fãs e tem seus pontos positivos. Entenda mais sobre esse assunto abaixo.
Sem a origem
Logo em seu início, o filme já toma uma decisão mais que certa, contrária ao que ocorre em outros filmes do gênero: não ocupar o primeiro ato do longa com a origem do herói.
Ao invés disso, o público revê rapidamente como que Bruce Banner conseguiu se transformar pela primeira vez no Hulk durante a abertura do longa. É uma solução simples e elegante para um problema que já atrapalhou outras franquias de heróis nos cinemas (Quantas vezes teremos de ver a família Wayne sendo assassinada para a criação do Batman, por exemplo?).
A história de origem do Hulk já é algo que fãs de carteirinha conhecem há muito tempo, e mesmo aqueles mais casuais podem se lembrar do que foi visto na primeiro filme do herói, lançado apenas cinco anos antes de O Incrível Hulk. Assim, o reboot não deixa seus fãs entediados com uma informação que muitos já conheciam e opta por uma narrativa que permite um ritmo melhor para o longa.
Essa é uma opção que depois foi bem utilizada em Homem-Aranha: De Volta ao Lar, para a alegria dos fãs do Cabeça de Teia. São dois exemplos de que, às vezes, não é preciso trazer tantas informações para os fãs de uma única vez.
O monstro dentro de Bruce Banner
Com uma produção orçada em 150 milhões, O Incrível Hulk poderia ser muito bem um filme com toneladas de efeitos especiais que atrapalhariam o desenvolvimento de sua história. Ao invés disso, opta por focar mais o homem e menos o monstro, o que é outra decisão muito bem acertada.
O diretor Louis Leterrier optou por dedicar boa parte do filme em desenvolver os conflitos internos de Bruce Banner, o que passa para o público a sensação de que seus poderes são mais uma maldição do que uma benção. É um fator que mostra um personagem com maior profundidade do que no restante de suas aparições na franquia.
Com tudo isso dito, você que não assistiu ao filme pode imaginar que ele não tem muitas cenas de ação, mas isso não é verdade. E por conta da abordagem, elas também ganham uma profundidade maior: o público não enxerga o Hulk apenas como uma força imparável da natureza, mas também o homem que tenta controlar seus próprios demônios.
Elenco de primeira
Outro ponto de O Incrível Hulk que deve ser lembrado é o desempenho de seu elenco. Afinal de contas, a visão de Leterrier não funcionaria muito bem sem atores que mostrassem um bom trabalho.
Claro que nos lembramos, primeiramente, de Edward Norton no papel de Bruce Banner, e apesar do fato de que ele e a Marvel se desentenderam durante a complicada produção do filme, Norton deixou sua marca no personagem. O ator soube mergulhar nos aspectos que assombram a mente de Banner, o que mostra ao público a real sensação de como é terrível ter habilidades dessa natureza. E essas características acabaram se tornando marca na personalidade de Banner, mesmo após o papel ser repassado para Mark Ruffalo.
O desempenho de Liv Tyler como Betty Ross mostrou as complicações de estar no meio do fogo entre o Hulk e o desejo de seu pai em capturar o gigante verde, e Tim Roth também soube tirar proveito de seu pouco tempo de tela como o perigoso Emil Blonsky. Isso sem falar de William Hurt como o General “Thunderbolt” Ross, que acaba se tornando uma espécie de “herói anônimo” do filme. Ele acabou aparecendo posteriormente em Capitão América: Guerra Civil.
Independente
Uma das grandes forças do UCM é a sua conectividade. Todos os seus filmes estão tão ligados que parecem pertencer a uma longa e imensa série de TV. E novos títulos só expandem e enriquecem ainda mais a franquia.
Só que por mais que essa seja uma ideia legal e que se tornou corriqueira em Hollywood, também é bom ver um filme andar com suas pernas sem depender tanto de outros. O Incrível Hulk é o segundo filme do UCM e, naturalmente, é praticamente independente. Ele pode ser facilmente visto por quem não conhece as demais peças da franquia. Assim, os fãs podem apreciá-lo sem a sensação de que pode estar faltando algo.
E ironicamente, seu ostracismo dentro do UCM faz dele um ótimo filme para aqueles que estão apenas se familiarizando com a franquia. Independente se você é novo na série ou é um fã de carteirinha, não cometa o mesmo erro da Marvel de deixar O Incrível Hulk acumulando poeira na estante. Aproveite que o longa está prestes a completar 10 anos, assista-o novamente e lhe dê o seu devido valor.
Fonte: CBR
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