Que o Homem-Aranha é um dos heróis mais famosos, populares e conhecidos do mundo, disso ninguém tem dúvida. Tanto que ele já estrelou diversos filmes do cinema, e todos eles custaram bem caro. No entanto, o amigo da vizinhança, por pouco, não estrelou uma produção de baixo orçamento nos anos 80, o que o impediu de passar uma vergonha enorme. Entenda mais abaixo.
A Cannon Films foi uma produtora americana que produziu uma série de filmes de baixo orçamento, como Hercules e Guerreiro Americano, e que no meio dos anos 80, comprou os direitos do Homem-Aranha e personagens associados ao herói nos cinemas pela bagatela de 225,500 mil dólares. O estúdio deveria produzir e lançar esse filme até o início de 1990, caso contrário, perderia os direitos que comprou.
Esse era um desejo antigo de Stan Lee, que sempre quis ver o Homem-Aranha nas telonas. Mas foi difícil achar alguém que queria comprar os direitos. Afinal, ninguém botava fé em filmes de super-heróis na época.
No entanto, a equipe por trás da Cannon Films não sabia quase nada a respeito do Homem-Aranha e uma série de acontecimentos por trás da produção do filme impediram seu lançamento.
Primeiramente, vamos começar pela parte “normal” da história. Acredite se quiser, mas a Cannon Films escolheu ninguém mais, ninguém menos que Tom Cruise para dar vida ao Homem-Aranha, que na época, estava iniciando a carreira. Já Bob Hoskins, estrela de Uma Cilada Para Roger Rabbit, daria vida ao Doutor Octopus.
No entanto, as coisas começaram a ficar estranhas no roteiro de filme, que mudou completamente as origens do herói. Neste caso, Peter Parker estava tirando fotos dos funcionários de um laboratório comandado por um cientista chamado Zorg quando foi exposto a grandes doses de radiação, e assim, se transformaria no Homem-Aranha.
E o pior de tudo é que essa versão do herói seria mais uma aranha humanizada: ele teria 8 membros, igual às aranhas comuns. Stan Lee, que estava envolvido com a produção, leu o roteiro e pediu uma mudança imediata nessa história bizarra.
O novo roteiro feito lembrava um pouco Homem-Aranha 2, de Sam Raimi, pois retrataria a transformação do Doutor Octopus de mentor do herói a inimigo dele. No entanto, ainda existiriam algumas bizarrices: ele se chamaria, na verdade, Professor Octopus, chamaria seus tentáculos de “Waldos” e teria um assistente chamado Weiner, que em inglês, é uma palavra para designar o órgão sexual masculino.
O negócio desandou de vez quando a Cannon Films deixou de efetuar um pagamento para a Marvel, o que fez com que a empresa perdesse, temporariamente, os direitos do herói, o que atrasou a produção. Além disso, o orçamento foi reduzido de 15 para 10 milhões de dólares, já que a empresa queria produzir outros filmes. Entre eles, Superman IV – Em Busca da Paz e He-Man.
Assim, a Cannon Films teve de fazer um terceiro roteiro para lançar o filme em dezembro de 1989. Saiu o Doutor Octopus e entrou um cientista que se transformou um vampiro. Você deve ter pensando em Morbius, mas não era esse o caso.
O diretor escolhido ainda queria incluir o Lagarto, mas isso não era possível por conta do orçamento. E como o dinheiro se tornou uma preocupação, ele teve a ideia de gravar, ao mesmo tempo, o filme do Homem-Aranha e o do He-Man para diminuir os custos. Mesmo assim, o longa do herói teve orçamento diminuído mais uma vez: apenas cinco milhões.
No entanto, a Cannon Films produziu e lançou Superman IV nesse meio tempo, que foi um enorme fiasco e causou um grande prejuízo. Uma empresa comprou o estúdio para reestruturá-lo e a última carta na manga foi escolher o renomado diretor James Cameron para escrever o roteiro, que como você já notou, nunca ganhou a luz do dia.
1990 chegou, e como a Cannon não produziu o filme, os direitos do Homem-Aranha voltaram para a Marvel. Que alguns anos mais tarde, os vendeu para a Sony por sete milhões de dólares. E o resto, você já sabe, é história.
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